Um relato de MÃE: ¨ Sofremos por tão pouco! ¨

maio 1, 2019 3:01 pm

Hoje vou relatar  uma experiência em um dos papéis que desempenho: o papel de mãe. Minha filha mais nova, Manuella, que fez 3 anos recentemente, entrou na escola Êxito em março deste ano. Ficou super bem e feliz. A adaptação foi bem tranquila. Adora a professora Bárbara Matzembacher e os colegas da turma. 

Desde que entrou para escola ela me indagava: ¨ Hoje é meu dia?¨  Sempre a mesma frase questionando: ¨Hoje é meu dia, mamãe? Eu ficava a me perguntar o que minha Manuella queria dizer. Eu não entendia. Os dias foram passando e ela contou que chorou na escola porque o dia não era dela e sim de outro amigo. Foi então que eu compreendi que minha filha  apenas  queria ser: Ajudante do dia.

Naquele momento, com o ímpeto de mãe a minha vontade era de ir falar com a professora para que chegasse o dia dela logo, afinal eu percebia que minha princesa  estava ansiosa e de certa forma, sofrendo um pouco com isso. Como educadora eu me controlei .  Até que na última terça-feira chegou o tão importante dia para Manuella e ela foi a AJUDANTE DO DIA. Quando fui buscá-la ela estava radiante e me disse: ¨Mamãe hoje é o MEU DIA¨,  eu vibrei muito com ela, parabenizei, sorri e  perguntei como havia transcorrido aquele momento tão esperado e especial para ela.  

Porém, minha filha tinha que devolver o crachá e a situação foi que ela não queria fazê-lo. Percebi que encheu os olhos d´agua com o rostinho muito triste ela disse: ¨Eu  não quero, mamãe!¨ A professora conversou e disse a ela que depois seria de outro amigo e que era necessário entregar. Foi então que a dor de mãe também teve reflexo, tive que  me controlar novamente.  Como uma mãe  que não queria ver a filha sofrer  a minha vontade era dizer para professora: ¨Porque não deixa as crianças levarem o crachá e entrega um para cada um deles?¨ 

Fui descendo as escadas da escola e observando a tristeza da Manuella. Comecei a conversar explicando a mesma coisa que a professora havia dito, que depois seria de outro colega e assim fui falando. Indaguei sobre o momento de ser a ajudante. Questionei: ¨ O que ela fez? Qual a ajuda que ela deu para professora e os colegas?¨ Ela foi me contando e a alegria brotou em seu lindo e sincero rostinho novamente.

Depois daquele momento, percebi que esta simples situação na qual eu como mãe havia sofrido ao observar a tristeza da minha filha, teve  um imenso efeito na educação dela. Percebi que ela aprendeu a lidar com a frustração, esperar a vez dela,  entender que não é tudo somente para ela, entender que ela precisa devolver aquilo que lhe foi emprestado, que outro colega vai viver momentos como ela viveu e muitas outras coisas. 

Ao chegar em casa, ela era pura alegria contando para todos sobre ser ajudante e dizia que agora outro amigo seria o ajudante. Ela entendeu tudo lindamente e de uma maneira melhor do que EU.

Trago para vocês este relato pois nós mães, muitas vezes queremos proteger nossos filhos de qualquer sofrimento, mas esses são necessários para seu aprendizado e devem fazer parte da construção da personalidade da criança que desenvolve sua inteligência emocional. Só tenho a agradecer o quanto aprendo com meus filhos e com as outras pessoas. 

Agradeço a professora Bárbara por me mostrar o quanto está sendo importante para o desenvolvimento da minha filha estar na Escola e hoje no Dia do Trabalho em nome da professora Bárbara quero cumprimentar e agradecer a todos os professores que desempenham seus papéis em sala de aula fazendo com que as crianças e adolescentes aprendam  e desenvolvam suas capacidades de interação com uma sociedade nem sempre justa.

Parabéns a todos os trabalhadores e sobretudo a quem se dedica as escolas e as nossas crianças e adolescentes de todo o Brasil: professores, diretores, coordenadores, orientadores, secretárias, recepcionistas, administradores, porteiros, auxiliares de limpeza, cozinheiras e tantas outra personalidades importantes na vida de uma ESCOLA.

Obrigada a todas as pessoas que trabalham comigo e fazem da nossa Missão o sucesso que temos!

Escrito por Laura de Andrade